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CAI A MONARQUIA, INICIA A REPÚBLICA. História A crise da Monarquia Sob o ponto de vista econômico, a segunda metade do século 19 caracterizou-se pela crise do Vale do Paraíba - até então, a mais importante região produtora de café brasileira - e a emergência dos cafeicultores do Oeste paulista. Ao contrário dos grandes fazendeiros do Paraíba, que apoiavam as instituições monárquicas, os dos Oeste paulista faziam oposição à centralização do Império. De outro lado, ampliou-se a propaganda republicana. Embora a proposta sempre tivesse tido espaço nas discussões políticas, foi em 1870 que o Partido Republicano foi formalmente criado, no Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, outros partidos semelhantes seriam organizados em províncias importantes do Império. Os republicanos "históricos" criticavam a centralização da Monarquia, seu caráter hereditário, o poder excessivo nas mãos de Pedro 2°, a vitaliciedade do Senado e o sistema político em geral, que excluía a maioria absoluta da população. Outro elemento fundamental para a crise da Monarquia foi o desgaste entre os militares e o Império. O Exército brasileiro, cada vez mais "popular" em sua composição, passou a estar em franca contradição com o elitismo que sempre caracterizou o regime monárquico. As ideias trazidas da Guerra do Paraguai só alimentaram a disposição militar em "purificar" os costumes políticos, consolidando a auto-imagem do Exército, de salvador nacional. Os principais fatores da crise monárquica brasileira foram: O sistema monárquico brasileiro encontrava-se desgastado e era questionado por vários setores da população brasileira. O exército não aceitava mais a corrupção dentro do governo monárquico. Algumas imposições feitas pelo imperador também eram questionadas pelos militares. Entra elas, a proibição de oficiais do exército brasileiro em se manifestar na imprensa, sem a autorização do Ministro da Guerra. Os membros da Igreja Católica Brasileira também estavam descontentes com o governo de Dom Pedro II, pois havia muita interferência real nos assuntos religiosos. A monarquia era um sistema enfraquecido no contexto mundial do final do século XIX. Muitos países importantes já haviam adotado a República, que possibilitava maior participação política dos cidadãos. No Brasil, a classe média, estudantes e profissionais liberais, simpáticos ao regime republicano, passaram a fazer oposição à Monarquia brasileira. Queriam a implantação da República, para que pudessem ganhar poder e influenciar mais nas decisões políticas e administrativas do país. Havia também um grande descontentamento dos fazendeiros conservadores. Antes adeptos da Monarquia, estes agricultores retiraram o apoio político que davam à Monarquia após a abolição da escravatura em 1888. Estes fazendeiros eram proprietários de grandes quantidades de escravos e não receberam indenização do governo após a abolição. Os setores progressistas do Brasil eram contrários a uma série de situações mantidas pelo regime monárquico, tais como: voto censitário, falta de justiça social, miséria, ensino público para poucos, elevado índice de analfabetismo. A crise econômica em que o Brasil se encontrava também influenciou na Proclamação da República, pois fez com que aumentasse o descontentamento da população brasileira. Esta crise foi agravada com a Guerra do Paraguai, pois o Brasil recorreu aos empréstimos ingleses, aumentando assim a dívida externa. Os ideais republicanos No final da década de 1880, vários setores políticos brasileiros se mobilizavam em favor da extinção da monarquia e a consolidação da República no Brasil. A essa altura, a desarticulação da ordem escravocrata determinava a queda de um dos mais significativos sustentáculos da monarquia. Além disso, o surgimento de novos atores políticos, ávidos em

ampliar a sua participação, também expunha a fragilidade que acometia o governo imperial. Nessa época, os mais expressivos partidários do republicanismo se dividiam em três alas diferentes: militares positivistas, evolucionistas e revolucionários. Os militares positivistas acreditavam que a República seria um passo modernizante à vida política do país na medida em que o novo governo fosse conduzido por uma estrutura de poder centralizada nas mãos dos militares. Em contrapartida, os chamados evolucionistas, apoiados pelos cafeicultores paulistas, esperavam que o regime republicano instaurasse maiores liberdades políticas e não que o mesmo não fosse criado por meio de grandes agitações. Por fim, manifestando uma ala republicana minoritária, os revolucionários esperavam que o novo regime fosse inspirado na Primeira República Francesa (1792 - 1794), onde os populares tinham significativa participação. Por fim, entre tantas orientações, observamos que as alas militares foram responsáveis por uma transição política carente de qualquer apoio das classes menos privilegiadas. Não por acaso, o fim da monarquia brasileira não abriu caminho para que os velhos dilemas da exclusão social, política e econômica fossem finalmente colocados em questão. Formada por uma população miserável e inculta, a nação brasileira passou das mãos dos militares para as novas elites agroexportadoras. O Positivismo O positivismo foi uma corrente filosófica que surgiu na França no século XIX e que ganhou força no Brasil no final deste século. Militares, profissionais liberais e intelectuais defendiam os ideais positivistas. Estes ideais eram favoráveis ao regime republicano e, portanto, contrários à Monarquia. A inscrição "Ordem e Progresso" na bandeira brasileira, criada após a Proclamação da República, reflete a importância do Positivismo no processo republicano brasileiro. A filosofia Positivista de Auguste Comte esteve presente principalmente na construção dos símbolos da República. Desde a produção da Bandeira Republicana com sua frase que transborda a essência da filosofia Comteana “Ordem e Progresso”, ou no uso dos símbolos como um aparato religioso à religião republicana. Positivistas Ortodoxos como Miguel Lemos e Teixeira Mendes foram os principais ativistas, usando das alegorias femininas e o mito do herói para fortalecer entre toda a população a crença e o amor pela República. Esses Positivistas Ortodoxos acreditavam tão plenamente em sua missão política de fortalecimento da República que apesar de ridicularizados por seus opositores não esmorecem e seguem fortalecendo o imaginário republicano com seus símbolos, mitos e alegorias. Crise do exército e a questão militar Aos poucos, os militares foram se colocando contra a Monarquia, aproximando-os daqueles que já levantavam a bandeira da República. A abolição da escravidão, em 1888, foi o golpe de misericórdia. Os grandes fazendeiros, extremamente dependentes da mão-de-obra escrava, ressentiram-se contra a Monarquia. Esta, por sua vez, isolava-se cada vez mais ao perder, uma a uma, suas forças de sustentação - fossem civis ou militares. Com a saúde debilitada, o que só alimentava os boatos de que a Monarquia estava à deriva, o imperador ainda tentou incorporar as críticas de seus opositores com a nomeação do visconde de Ouro Preto para chefiar o gabinete ministerial, em julho de 1889. Ouro Preto propôs uma série de reformas políticas e sociais, recebendo inúmeras críticas dos setores conservadores que ainda sustentavam o Império. Diante da crescente hostilidade do Exército, Ouro Preto resolveu aumentar os poderes da Guarda Nacional, o que foi recebido como afronta pelos militares. Vários pequenos episódios ocorridos entre julho e novembro de 1889 radicalizaram ainda mais um quadro que já era de grande tensão. Assim, no dia 15 daquele mês, sob a liderança do marechal Deodoro da Fonseca, o Brasil passou da Monarquia à República. Lei Saraiva Em 1881, foi sancionada a Lei Saraiva, mais importante legislação eleitoral do Brasil. A lei instituiu a obrigatoriedade do título de

eleitor. O relator da lei foi o deputado Rui Barbosa, mas o nome da lei é uma homenagem a José Antônio Saraiva, ministro do Império. A Lei Saraiva proibiu voto de analfabetos e adotou eleições diretas. Imigrante alfabetizados poderiam se candidatar desde que possuíssem renda não inferior a duzentos mil réis. Os crimes eleitorais também foram estabelecidos. O golpe de 1889 Em 1888, quando princesa Isabel Decretou a Lei Áurea, os donos de escravos sentiram-se traídos pelo regime monárquico e por forma de vingança tornaram-se republicanos. Os republicanos precisavam de uma forma de convencer Marechal Deodoro a dar o golpe e tanto tentaram que acabaram conseguindo. No dia 14 de novembro de 1889, os republicanos, num ato muito “honesto” fizeram correr o boato de que o primeiro ministro Visconde de Ouro Preto havia decretado prisão contra Marechal Deodoro e o líder dos oficiais republicanos o tenente-coronel Benjamim Constant. Essa falsa notícia fez com que Marechal Deodoro decidisse se levantar contra a monarquia. Na manhã do dia 15, Deodoro reuniu toda a tropa em direção ao centro da cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil Império, com o intuito de decretar a demissão do ministério de Ouro Preto. Porém, ainda não tinha a intenção de proclamar a república. No calor dos acontecimentos, os republicanos precisavam pensar em algo rápido para que convencessem de vez o marechal a fazer a proclamação. Informaram-no então que Dom Pedro II teria nomeado Gaspar Silveira Martins como primeiro ministro. Gaspar nada mais era do que um rival de Deodoro, pois os dois já haviam disputado o amor da mesma mulher na juventude. Essa foi a gota d’água para que fosse feito o rompimento total com a monarquia. Dom Pedro não reagiu ao golpe. Passou os seus últimos dois anos de vida no exílio na Europa, vivendo só e com poucos recursos. O primeiro ato de corrupção do regime republicano foi quando os golpistas ao obrigar a família imperial do Brasil ao exílio, retiraram dos cofres públicos 5 mil contos de réis e deram a Dom Pedro II como forma de indenização pelos danos sofridos. O Imperador não só recusou como também exigiu que caso o dinheiro já tivesse sido retirado dos cofres públicos que fosse feito um documento comprobatório no qual ele o estaria devolvendo. Ele citou então a frase: “Com que autoridade esses senhores dispõe do dinheiro publico?”

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